terça-feira, 22 de outubro de 2019

O jardim do Campo Grande




























Os jardins das cidades falam-nos da nossa condição de seres naturais. Convidam-nos a sair da toca ao fim de um dia de trabalho, ou logo pela manhã, para o começar melhor.
São o reflexo de nós próprios, da nossa natureza e acordam aquela parte de nós com a qual devemos estar sempre em contacto. São o silêncio que conversa connosco em meio ao ruído geral, e guiam-nos de regresso ao nosso ser essencial.
A isso juntamos um amigo com quem passeamos ali de quando em quando e está desenhado e tecido um pequeno pedaço de paraíso.
Um que eu fui descobrindo aos poucos e é agora um dos meus favoritos, é o jardim do Campo Grande. Atravessá-lo de ponta a ponta oferece-me momentos mágicos.
Está a aproximar-se o dia de apresentar a oficina de desenho no museu Rafael Bordalo Pinheiro, que será daqui a um mês, e com os passeios de reflexão sobre esse lugar e esse grande artista, é agora um dos jardins da minha alma, impresso em cor e reflexos, mas também no movimento e vida que acolhe e a quem oferece generosamente a sua harmonia.
E um jardim é afinal como um amigo, por muito que nos encante só por o conhecermos, são os momentos que passamos na companhia do outro que reforçam o laço, e o tornam mais doce, mais profundo, e direi mesmo, imortal.