A sensação foi de pintar com matéria viva. O vinho espesso com a potência da uva bem visível. Não resisto a um material dessa qualidade! :)
Os momentos que seguem uma refeição são muitas vezes momentos de grande prazer para mim, pela plasticidade de uma mesa já desarrumada, das nódoas de vinho ou azeite na toalha de mesa, e de toda a descontracção que a barriguinha cheia proporciona.
Eu não desenho habitualmente a comida quando ela chega à mesa. Esse para mim é o momento de saborear uma outra arte... e quando num restaurante, de saborear a arte de outros. Mas o final de uma refeição alongada no prazer de desenhar, é algo de que gosto muito.
Este desenho foi feito em Paredes de Coura, ao final do dia do encontro que aí se realizou com muitos participantes da actividade "Desenhos do Alto Minho, Sketching com História".
Ao final do dia apenas ficámos nós. O Paulo estava a fazer a residência artística dele ali e eu fiquei a jantar com ele, antes de regressar a Valença do Minho, onde estava a fazer a minha.
Fomos a um lugar onde servem comida mesmo caseira, o Barbaças, e onde fomos muito bem recebidos. Foi um jantar calmo, como nós gostamos.
E eu fiquei sensibilizada de como as aguarelas dialogaram com o vinho minhoto. ;)
Verde tinto... em malga, claro, como dita a tradição!
E essa cor roxa ainda só a encontrei no Norte de Portugal e na Galiza.